sexta-feira, 6 de maio de 2016

Insânia parte II (conto de terror)

Sala espelhada 








 Dirigi apenas por dois minutos, quando percebi onde estava e o que havia ao meu redor entrei em pânico e quase bati em uma árvore, vi que a chuva estava parada, isso mesmo, parada no tempo, paralisada e dura. O céu começou a abrir, parei o carro, respirei fundo e quando fechei os olhos e algo me tocou, paralisei nesse momento, havia alguém comigo no carro tocando minhas costas, não conseguia me mover de tão horrorizada que fiquei, essa coisa agora apertou meu ombro me virando como se fosse me contar algo importante, minha pressão baixou, encostei na porta e acabei caindo no chão, o céu estava vermelho, fechei os olhos esperando minha morte. Lembrei o motivo no qual minha mãe queria me matar, meu pai era sedutor, cobiçado, galego, extrovertido e com uma ótima lábia, porém ele era egoísta, tinha várias amantes e já foi muito cruel com minha mãe. No momento em que ela me colocou no porão, foi o mesmo momento que ela descobriu tudo sobre meu pai, suas mentiras, suas falsas promessas. Apesar de todas as qualidades que minha mãe possuía, ela era mente fraca, medrosa e não sabia como responder as atitudes tolas de meu pai perante ela.
 Depois de três anos vivendo presa no porão, acostumada com a solidão, vivendo apenas no meu louco mundo da minha mente e conversando com os mortos que eu via, minha mãe foi até o porão, chorando desesperada. Naquela noite eu quase morri, ela me espancou muito e jogou em cima de mim várias coisas que havia no quarto, certo momento eu parei de chorar e fiquei apenas aguentando aquilo tudo, enquanto ela me batia ficava dizendo: 

 -Sua inútil, você é uma falha, é uma maldita merda do que sobrou de um casamento fracassado, desgraçada anormal.
 Bom, o que me salvou?

 Enfim, abri os olhos e o céu continuava vermelho, levantei do chão e meu carro havia sumido, o chão de terra ia sumindo aos poucos também, dando espaço para grandes espelhos no chão e paredes também espelhados ao meu redor, deixando-me sem muita saída, os grandes espelhos refletiam tudo o que havia por fora. Me senti frágil, desesperada, mas ao mesmo tempo estava feliz, mesmo não sabendo o motivo.
 Logo após, depois de alguns passos, vi uma porta no chão, era linda, cheia de pedras de diamante e bordas de ouro, curiosa eu a abri e entrei, nesta sala subterrânea havia ainda mais espelhos, eram grandes e pareciam tomar todo o lugar, ate mesmo no teto. Ao fixar meu olhar em um dos espelhos, pelo meu reflexo, consegui me ver transformando-se, começaram a crescer asas em mim, brancas e macias como algodão, o medo se foi e eu estava maravilhada com tudo isso!! 

 E se tudo isso é apenas um louco e assombroso sonho? O que eu faria ao acordar? O que mais existe?


Continua...


Bom pessoal, até a parte III, enquanto isso leiam as outras postagens e compartilhem nas redes sociais. Abraços!!!

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